Olhos

Olhos
Olhos expressivos de quem já viveu / Histórias, memórias, lembranças de paralelepípedo, / De ruas, calçadas, nomes, pessoas, gestos, vozes, choros, berros / De alguém ou meus. / / O olhar dessa cidade / Sabe dos números de ruas / Que os teus pés já pisaram / Não fale das coisas pequenas que escorrem pros lados. / / E lembre-se sempre do que você diz a si / A verdade é a coisa mais pura pra se ter e sentir, / / Menina, os teus olhos, me lembram / Um bocado de dengo / E a arte de arder em meu peito ainda aquela vontade, / Retruca, por que ter guardado o momento / Dentro dos meus pensamentos em um bau zincado?

É engraçado voltar a escrever.

É engraçado voltar a escrever, deixar a cabeça falar pelos dedos. Soltar a imaginação e escrevê-la, mesmo quando não se sabe o que falar. Não se tem a palavra que seria o "start" para todo o livro desenvolvido por tal pensamento à passar.
O pensamento, mudo. A cabeça elevada ao infinito, tentando decifrar as cores e os objetos ao redor que criarão a cena.Vagarosamente, no faltar das palavras, arrisca-se o risco de alguma letra, e a cabeça viaja. E a tinta te obriga a se entregar.
Você escuta o som das sílabas. A música. A voz. Escuta o que melhor pode sugar de você. Depois de uns três parágrafos sente o silêncio voltar. Pensa já ter concluído o que pode só ter começado.
O papel, ainda alí, com espaço, instiga a sua mão. E essa obediência, meu amigo, não é uma falta de opção. - Maria Tereza