Olhos

Olhos
Olhos expressivos de quem já viveu / Histórias, memórias, lembranças de paralelepípedo, / De ruas, calçadas, nomes, pessoas, gestos, vozes, choros, berros / De alguém ou meus. / / O olhar dessa cidade / Sabe dos números de ruas / Que os teus pés já pisaram / Não fale das coisas pequenas que escorrem pros lados. / / E lembre-se sempre do que você diz a si / A verdade é a coisa mais pura pra se ter e sentir, / / Menina, os teus olhos, me lembram / Um bocado de dengo / E a arte de arder em meu peito ainda aquela vontade, / Retruca, por que ter guardado o momento / Dentro dos meus pensamentos em um bau zincado?

Um minuto pra estória.

Um minuto de prosa?
Maria Tereza


Era uma vez uma menina que sabia voar sem tirar os pés do lugar. Refletia sobre tudo que ouvia e via ao redor. Cada som das sílabas formam palavras, completando as frases, ouvia o nexo de tudo. Com isso, ela, nela, quietinha, sem quase alterar a voz, soltou a palavra "mamãe". Que alegria para aquela casa! Todos felizes tetando fazê-la repetir, mas ela já sentia-se satisfeita em vê-los felizes. Não precisava repetir. E se ela não conseguisse? Aquilo havia sido uma superação! Sentia-se compreendida naquele espaço.
Agora, já em seu quarto, pronta pra dormir, a mãe conta-lhe uma história sobre a princesa que soltava os pássaros que que encontrava presos nas gaiolas de sua vila. E ela dormia feito anjo. Como sempre, a alma leve, solta e aberta ao próximo dia que vai raiar por aí.