Olhos

Olhos
Olhos expressivos de quem já viveu / Histórias, memórias, lembranças de paralelepípedo, / De ruas, calçadas, nomes, pessoas, gestos, vozes, choros, berros / De alguém ou meus. / / O olhar dessa cidade / Sabe dos números de ruas / Que os teus pés já pisaram / Não fale das coisas pequenas que escorrem pros lados. / / E lembre-se sempre do que você diz a si / A verdade é a coisa mais pura pra se ter e sentir, / / Menina, os teus olhos, me lembram / Um bocado de dengo / E a arte de arder em meu peito ainda aquela vontade, / Retruca, por que ter guardado o momento / Dentro dos meus pensamentos em um bau zincado?

Tempos Atuais

Tempos Atuais
Maria Tereza

Os compositores da modernidade
Querem acabar com o português
Os compositores da modernidade
Querem deixar você frustrado
Enfeitando os nem tão novos e falsos burgueses.

No bê-a-bá desse sucesso
Eu já assisti mais de uma vez
Com os olhos inchados pelos ouvidos
Já cansados de estupidez.

O dinheiro que entra na conta todo mês
Já nem me importa de onde ele vem
Quem já cantou e ainda lembra
Ou se perdeu as calças também.

Pornografia sem honorário
Sem sentido prolongados
Sem acetona que conserte
O esmalte da mulher.

E todo mundo sabe
Que a vida está vazia
E essas botas já não
Valem mais nada.

O sentimento esquecido
É perguntado toda noite
A noite toda
Para um novo desconhecido.