A Evolução das Baratas
Complexas
Com corpos achatados
Asas duras
Pernas que se movimentam rápido e longas antenas que balançam
Comendo lixo e restos
Espalham salmonela e a shigella
De um lugar para o outro
Quando elas andam deixam rastros de fezes
Para encontrar o caminho de volta
Rastros que causam manchas e odores
Repassam pro ninho as informações de todos os pavores
Um mal tão grande não morre fácil assim
Isso me dá medo
Todo dia
Até a hora de dormir
Andando na rua nem parece indefesa
Quatro mil espécies de baratas
E eu aqui de madrugada
Gritando pelo vizinho
Pra matar o filhote que passeia
Silenciosa
Do banheiro pra sala
Imagino as perninhas cabeludas
Arrastando-se por cima de mim
E se as baratas crescem mediante a evolução
E descobrem o meu pensamento
Identificariam as vítimas pela movimentação
Do pé
Calculando o medo na distância que a submeto de mim
Não haveria dúvida
Na hora do cio
Sábia de toda causa e efeito
Abriria suas asas
E voaria, pularia, andaria, pisotearia, e até morderia
A ponta do meu nariz
BARATA
BARATA
BARARÁTABARATA