Olhos

Olhos
Olhos expressivos de quem já viveu / Histórias, memórias, lembranças de paralelepípedo, / De ruas, calçadas, nomes, pessoas, gestos, vozes, choros, berros / De alguém ou meus. / / O olhar dessa cidade / Sabe dos números de ruas / Que os teus pés já pisaram / Não fale das coisas pequenas que escorrem pros lados. / / E lembre-se sempre do que você diz a si / A verdade é a coisa mais pura pra se ter e sentir, / / Menina, os teus olhos, me lembram / Um bocado de dengo / E a arte de arder em meu peito ainda aquela vontade, / Retruca, por que ter guardado o momento / Dentro dos meus pensamentos em um bau zincado?
Os olhos embevecidos
                   por imagens
Não se reconhecem
                   no cotidiano.
Estalos e
        estalos
Um outro animal como eu!

Pessoas,
         pessoas
Falam
     sempre sem parar...
Caras e
       bocas,
   Teu nome
         e o
        meu.



"Interrogando os pontos finais"
Maria Tereza