Olhos

Olhos
Olhos expressivos de quem já viveu / Histórias, memórias, lembranças de paralelepípedo, / De ruas, calçadas, nomes, pessoas, gestos, vozes, choros, berros / De alguém ou meus. / / O olhar dessa cidade / Sabe dos números de ruas / Que os teus pés já pisaram / Não fale das coisas pequenas que escorrem pros lados. / / E lembre-se sempre do que você diz a si / A verdade é a coisa mais pura pra se ter e sentir, / / Menina, os teus olhos, me lembram / Um bocado de dengo / E a arte de arder em meu peito ainda aquela vontade, / Retruca, por que ter guardado o momento / Dentro dos meus pensamentos em um bau zincado?

A terra

A terra
Maria Tereza

A terra na terra
Espiando o sereno
Misturando-se com o ar
E os seres terrenos

Eu e o sapo
O sapo,
Tão tranquilo em engolir muriçocas
Nesse espaço curto de vida,
Com tantos lagos por aí,
Tanta cor noutros jardins,
Foi escolher a minha porta.
Mas não se intimide não!
Podemos conversar outra hora.