Olhos

Olhos
Olhos expressivos de quem já viveu / Histórias, memórias, lembranças de paralelepípedo, / De ruas, calçadas, nomes, pessoas, gestos, vozes, choros, berros / De alguém ou meus. / / O olhar dessa cidade / Sabe dos números de ruas / Que os teus pés já pisaram / Não fale das coisas pequenas que escorrem pros lados. / / E lembre-se sempre do que você diz a si / A verdade é a coisa mais pura pra se ter e sentir, / / Menina, os teus olhos, me lembram / Um bocado de dengo / E a arte de arder em meu peito ainda aquela vontade, / Retruca, por que ter guardado o momento / Dentro dos meus pensamentos em um bau zincado?

Pra casar.

Pra casar.
Maria Tereza

Junte-se aos rios
Óh senhora dos ventos!
Deixe o barquinho andar.

Antes que o sol
Derreta o meu peito,
Esquente o juízo
Que levo pra dar.

Sentei no barquinho há três horas atrás
E nem um ventinho me fez acelerar
Não sei quanto tempo devo demorar
Mas levo em meu peito a firmeza do amar.

Senhora,
Pode me emprestar um pouquinho do seu ar?
Minha vela é fininha,
Minha sede é de vento
Pra poder me casar.