Olhos

Olhos
Olhos expressivos de quem já viveu / Histórias, memórias, lembranças de paralelepípedo, / De ruas, calçadas, nomes, pessoas, gestos, vozes, choros, berros / De alguém ou meus. / / O olhar dessa cidade / Sabe dos números de ruas / Que os teus pés já pisaram / Não fale das coisas pequenas que escorrem pros lados. / / E lembre-se sempre do que você diz a si / A verdade é a coisa mais pura pra se ter e sentir, / / Menina, os teus olhos, me lembram / Um bocado de dengo / E a arte de arder em meu peito ainda aquela vontade, / Retruca, por que ter guardado o momento / Dentro dos meus pensamentos em um bau zincado?

Consciência

Consciência
Maria Tereza

O céu escurece não só na minha janela
Com nuvens pesadas
Sem mostrar a poeira que não deixa de existir

E os demais complementos que o homem pôde construir
Pra enfeitar todo dia a vista do dia
Os telhados entre as plantas daqui

Meu corpo, por dentro
Invade minha alma
Não é o contrário como pensam por aí
As rosas que nunca mais vi plantarem
Exalam lembrança de infância por mim

E a consciência que peço aos jovens
Não são só ditado demagogo
Das regras que o mundo não pode fugir

Por toda vivência
Abra a cabeça
Ilusão só é ilusão pra quem enxerga assim.

E se afoga
E se afoba
Por esmola.